domingo, 28 de fevereiro de 2010

Que nossos alunos avaliem isso...

DEIXA A VIDA ME LEVAR

Heródoto Barbeiro

Ganhar tempo é a tática de políticos que tiveram o seu nome exposto a indignação popular quando apanhados com o dedo no pudim. Alguns com o doce já na boca. É simples, vai passar, vai rolar e nada acontece. Quem não se lembra do presidente do senado, alvo do bombardeio da mídia, mas que graças a sua resistência e a importância que tem na eleição deste ano obteve o apoio do executivo e permaneceu firme e forte? Que vergonha, que nada, isso é uma invenção que ainda não chegou por aqui. Nem síndico de prédio pede afastamento durante o período que o conselho do condomínio investigue sua administração. Memorol não faz parte nem dos medicamentos dados graciosamente nos postos de saúde, nem é um genérico, simplesmente não é receitado. Logo, o esquecimento é a regra geral. Vai passar, diz o poeta popular. Para abafar um velho escândalo, nada como um novo. As baterias dos jornalistas mudam de posição e nenhum deles troca uma notícia nova por uma velha. Vamos fazer um teste de memorol : você se lembra o nome daquele deputado gaúcho que disse que se lixava para o noticiário e opinião pública?? Não, então como se pode mudar as coisas sem memória cidadã? Não se trata de vingança, vendeta, ou represália, apenas de identificar o joio do trigo e não votar no joio.

Mudei de parágrafo para dar tempo de você lembrar do deputado José Carlos Araujo, na época presidente da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, responsável pela apuração da história do deputado castelão? Quem? Aquele que construiu o castelo da Branca de Neve, que desviou dinheiro do nosso bolso para pagar seguranças particulares da empresa dele mesmo. Edmar Moreira é o valdisnei mineiro. By the way, ele foi inocentado pelos colegas, e continua com todos os privilégios inerentes ao cargo. Custa cada um diretamente 110 mil reais mensais. Ganhar tempo é um conselho que vem das velhas raposas que dominam a política brasileira e endoçados por aqueles advogados caríssimos que conhecem todos os escaninhos da legislação. Os acusados, ao invés de tratar dos fatos, tratam de ganhar tempo na esperança de tudo ser diluído pela erosão do tempo e de novos fatos. Forma-se um imbróglio que pouquíssima gente tem tempo e estômago para acompanhar.

Há uma exceção histórica que não pode ser esquecida. O ministro chefe da casa civil de Itamar Franco era Henrique Hargreaves. O nome dele foi incluído em uma CPI e ele não teve dúvidas, juntou os jornalistas e disse: ” volto quando os fatos forem esclarecidos”. E se demitiu! Juro que é verdade. Veja na internet. E voltou!!! Nada se provou contra ele. Um exemplo de dignidade, de ética, de comprometimento público. Infelizmente uma exceção. Você conhece alguma outro caso? As imagens do escândalo do governo e da câmara de Brasília são irrefutáveis. O´deputado pôs mesmo a grana na meia. A deputada atochou mesmo o maço de notas na bolsa. O governador mandou mesmo 200 mil para comprar um depoimento do jornalista a seu favor. Que flagra, diria a musa do rock. Estão todos agarrados aos cargos. Os ratos já abandonam o navio do vice rei porque ameaçam com uma intervenção de el rey e se isso acontecer todos perdem os seus cargos. A tática de empurrar com a barriga não funciona mais, se é que algum dia funcionou com a dívida externa, como recomendou o super ministro. A cada dia mais fatos e denúncias, pode ser que, desta vez, o empurra-empurra não vai funcionar. Em tempo, escreva os nomes em um caderninho, este ano eles vão bater na sua porta e pedir o seu aval para continuar com as mordomias. Antes de dizer sim ou não, confira.
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